Na teologia protestante e católica, o Anjo Caído ou Anjo Decaído é um
anjo que cobiçando um maior poder, acaba se entregando "às trevas e ao
pecado". O termo "anjo caído" indica que é um anjo que caiu do Paraíso. O
Anjo Caído mais famoso é o próprio Lúcifer, também conhecido por
interpretações erradas como Satanás ou Diabo. A ideia de anjos caídos
fornece a falsa explicação para a existência do inferno e de demônio na
religião católica, já que segundo algumas escrituras o inferno, o mal e o
demônio existem antes dos Anjos Caídos.
Os Anjos Caídos são bastante comuns em histórias de conflitos entre o bem e o mal.
Junto
com Lúcifer, vários anjos caídos se instalaram na terra, pois tinham
livre acesso ao inferno e a Terra. Segundo a Bíblia, há textos que
afirmam vários deles terem procriado com humanos e dado origem a uma
nova raça chamada de nefilins (ou mais conhecidos como Híbridos).
Cogita-se também que eles tenham sumido após o Grande Dilúvio, que teria
sido produzido justamente com essa intenção, porém, por causa de suas
passagem diretas inferno-terra, se salvaram e continuam aqui.
É
importante lembrar que são nove os anjos caídos mais conhecidos, e que
nem todos são malignos como muitos dizem. Dos nove anjos caídos:
Três dos anjos foram expulsos por grandes ambições;
Dois por amar;
Um por ter ajudado Lúcifer a conseguir o poder: Azazel
Um não se sabe a razão, acredita-se que ele foi expulso simplesmente por ter ajudado Lúcifer no início da revolta.
Lúcifer
Lúcifer representa a estrela da manhã (a estrela matutina), a
estrela D'Alva, o planeta Vênus, mas também foi o nome dado ao anjo
caído, da ordem dos Querubins, como descrito no texto Bíblico do Livro
de Ezequiel, no capítulo 28. Nos dias de hoje, numa nova interpretação
da palavra, o chamam de Diabo (caluniador, acusador), ou Satã (cuja
origem é o hebraico Shai'tan, que significa simplesmente adversário).
Atualmente discute-se a probabilidade de Lúcifer ter sido um Rei Assírio
da Babilônia.
O nome Lúcifer ocorre uma vez nas Escrituras
Sagradas e apenas em algumas Traduções da Bíblia em língua portuguesa,
geralmente usado na "Vulgata" para referir a "Estrela da Manhã", ou um
"filho do sol". Por exemplo, a tradução de Figueiredo verte Isaías
14:12: "Como caíste do céu, ó Lúcifer, tu que ao ponto do dia parecias
tão brilhante?"
Lúcifer significa "O que leva a luz", representando a estrela da
manhã, o planeta Vênus, que é visível antes do alvorecer. A designação
descritiva de Isaías 14:4, 12, provém duma raiz que significa "brilhar"
(Jó 29:3), e aplicava-se a uma metáfora aplicada aos excessos de um "rei
de Babilônia", não a uma entidade em si, como afirma o pesquisador
iconográfico Luther Link,"Isaías não estava falando do Diabo.Usando
imagens possivelmente retiradas de um antigo mito cananeu, Isaías
referia-se aos excessos de um ambicioso rei babilônico"
Conceito da Igreja Católica
Segundo
a Igreja católica, Lúcifer era o mais forte e o mais belo de todos os
Querubins. Então, Deus lhe deu uma posição de destaque entre todos os
seus auxiliares. Segundo a mesma, ele se tornou orgulhoso de seu poder,
que não aceitava servir a uma criação de Deus, "O Homem", e revoltou-se
contra Deus. O Arcanjo Miguel liderou as hostes de Deus na luta contra
Lúcifer e suas legiões de anjos revoltosos; já os anjos leais a Deus o
derrotaram e o expulsaram do céu, juntamente com seus seguidores. Desde
então, o mundo vive esta guerra eterna entre Deus e o Diabo; de seu lado
Lúcifer e suas legiões tentam corromper o homem; do outro lado Deus, os
anjos, arcanjos, querubins e Santos travam batalhas diárias contra as
forças de Lúcifer.
A aparência de Lúcifer pode variar;
acredita-se que ele (chamado agora de Diabo), pode assumir a forma que
desejar, podendo passar-se por qualquer pessoa. Seu aspecto físico
criado pela Igreja em seus primeiros séculos (e posteriormente herdado
pelas várias religiões cristãs) fora copiado de várias entidades das
mitologias e religiões de diferentes povos antigos (não exatamente
ligadas a maldade); Seu reino, os Infernos, sofreu influência do Tártaro
da mitologia grega, morada de Hades, local para onde iam as almas dos
mortos, cuja porta de entrada era guardada por Cérbero, o Cão de três
cabeças; seus chifres eram de Pã, uma entidade grega protetora da
natureza; sua fama de representar uma força eternamente em conflito com
Deus veio do Zoroastrismo. Ainda encontramos coincidências com as
crenças dos antigos Egípcios, quando se acreditava que o Deus Anúbis (o
Chacal) carregaria a alma dos mortos cujo coração ao ser pesado numa
balança, seria mais pesado que uma pluma.
Durante a "baixa Idade
Média", entretanto, que o "Anjo Decaído" ganhou a hedionda aparência
com a qual o conhecemos hoje; asas de morcego, pés de bode, olhos de
fogo, chifres enormes na cabeça, olhar aterrorizante, etc. A idade das
trevas fora um momento fértil para a propagação de crenças nas ações de
forças demoníacas agindo sobre o mundo. Os milhões de mortos nas
epidemias de peste negra geraram, juntamente com a ocorrência de guerras
sangrentas, a ideia de que "o Anticristo estaria atuando no mundo". Foi
aí que Lúcifer passou a representar a personificação do mal da forma
mais intensa e poderosa que conhecemos hoje. Surge a crença de que para
cada ser humano vivo na Terra, Lúcifer criou um Demônio particular,
encarregado de corromper aquele indivíduo; já Deus, não poderia deixar
por menos, e criou para cada ser humano um "Anjo da Guarda" ao qual
incumbia da missão de proteger e zelar pela alma daquela pessoa.
Interessante
observar que o próprio Jesus Cristo é a estrela da manhã que ilumina
até o fim dos tempos toda escuridão (trevas), como em Apocalipse 22:16
onde está escrito: "Eu, Jesus, enviei o meu anjo. Ele atestou para vocês
todas essas coisas a respeito das Igrejas. Eu sou a raiz e o
descendente de Davi, sou a estrela radiosa da manhã.". Assim como em II
Pedro 1,19 que diz: "E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual
bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumina em lugar escuro,
até que o dia amanheça, e a estrela D'alva apareça em vossos
corações.".
A palavra Lúcifer significa "o portador da luz" ou
"o portador do archote" (a palavra tem sua origem no latim, lux ou lucis
com o significado de "luz"; ferre com o significado de "carregar"). Ou
seja, de acordo com a origem, seu significado é "aquele que carrega a
luz". Apesar de Satanás ser originalmente conhecido como Lúcifer, perdeu
seu posto ao desejar subir a alturas acima de Deus e de Seu Ungido
(Jesus Cristo).
Outras opiniões
Muitos
exegetas afirmam que não existe fundamentação bíblica para identificar
Lúcifer como o Satã tentador. Esta confusão com Satã foi ocasionada por
uma má interpretação de Isaías 14:12-15: "Como caíste desde o céu, ó
estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que
debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu,
acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da
congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas
das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao
(Seol) inferno, ao mais profundo do abismo.".
Esta
interpretação é geralmente atribuída a São Jerônimo, que ao traduzir a
Vulgata atribuiu Lúcifer ao anjo caído, a serpente tentadora das
religiões antigas, embora antes dele esta interpretação não existisse.
Oficialmente a Igreja não atribui a Lúcifer o papel de Diabo, mas apenas
o estado de "caído" (Petavius, De Angelis, III, iii, 4).
Por
exemplo, a enciclopédia Estudo Perspicaz das Escrituras, vol.1, pág,
379, explica que "o termo "brilhante", ou "Lúcifer", é encontrado na
"expressão proverbial contra o rei de Babilônia" que Isaías mandou
profeticamente que os israelitas proferissem. De modo que faz parte duma
expressão dirigida à dinastia babilônica.
Que o termo
"brilhante" é usado para descrever um homem e não uma criatura
espiritual é notado adicionalmente na declaração: "No Seol serás
precipitado." Seol é a sepultura comum da humanidade — não um lugar
ocupado por Satanás, o Diabo. Além disso, os que vêem Lúcifer levado a
essa condição perguntam: "É este o homem que agitava a terra?" É
evidente que "Lúcifer" se refere a um humano, não a uma criatura
espiritual. — Isaías 14:4, 15, 16."
Por que se dá tal ilustre
descrição à dinastia babilônica? Temos de dar-nos conta de que o rei de
Babilônia seria chamado de brilhante apenas depois da sua queda e de
forma escarnecedora. (Isaías 14:3)
O orgulho egoísta induziu os reis
de Babilônia a se elevarem acima daqueles à sua volta. A arrogância da
dinastia era tão grande, que ela é retratada fazendo a seguinte
declaração jactanciosa: "Subirei aos céus. Enaltecerei o meu trono acima
das estrelas de Deus e assentar-me-ei no monte de reunião, nas partes
mais remotas do norte. . . . Assemelhar-me-ei ao Altíssimo." — Isaías
14:13, 14.
As "estrelas de Deus" são os reis da linhagem real
de Davi. (Números 24:17) A partir de Davi, essas "estrelas" governavam
desde o Monte Sião, e com o tempo, o nome Sião passou a ser aplicado a
toda a cidade. Por decidir subjugar os reis judeus e depois removê-los
daquele monte, Jerusalém, Nabucodonosor declara sua intenção de se
colocar acima dessas "estrelas".
Em vez de atribuir a Deus o mérito dessa vitória sobre eles, coloca-se arrogantemente no lugar Dele.
Portanto, é depois da sua queda que a dinastia babilônica é chamada zombeteiramente de "brilhante".
Com
certeza a arrogância dos governantes babilônicos realmente refletia a
atitude de Satanás, o Diabo também chamado de o "deus deste sistema de
coisas" ou o "deus deste mundo".-(2 Coríntios 4:4)
"Satanás também
anseia ter poder e deseja colocar-se acima de Deus. Mas a Bíblia não
atribui claramente o nome Lúcifer a Satanás".- it-1 379.
Azazel
De acordo com o livro de Enoque, é um dos 200 anjos que se rebelaram contra Deus . Nos escritos apocalípticos é o poder do mal cósmico , identificado pelos impulsos dos homens maus e da morte . Eles teriam vindo à Terra, para esposar os humanos e criar uma raça de gigantes . O Livro das Revelações , de Abraão , descreve-o como uma criatura impura e com asas. É identificado como a serpente que tentou Eva e que poderia ser o pai de Caim . No século II os búlgaros bogomilianos concordavam que Satanael teria seduzido Eva e que ele, não Adão, era o pai de Caim . A maioria dos bogomilianos foi queimada viva pelo imperador bizantino Alexis . Os Atos dos Apóstolos falam, ainda, em outros três demônios a saber : RIRITH, divindade maléfica do sexo feminino, desencadeadora de tempestades, espécie de fantasma noctívago, que os babilônios chamavam de Lilitu . Antiga tradição popular judaica afirma que Lilith teria sido a primeira mulher de Adão , BERGAR , cujo sentido é o de maligno e comparado, por São Paulo, como anticristo , e ASMODEU , conforme já esclarecido, aparece no livro de Tobias como o assassino dos maridos de Sara .
O nome de Azazel (como poder sobrenatural) significa
"deus-bode". Na demonologia mulçumana, Azazel é a contraparte do demônio
que refusou a adorar Adão ou reconhecer a supremacia de Deus. Seu nome
foi mudado para Iblis (Eblis), que significa "desespero". Em Paraíso
Perdido (I, 534), Milton usa o nome para o porta bandeiras dos anjos
rebeldes.
Lilith
Lilith é referida
na Cabala como a primeira mulher do bíblico Adão, sendo que em uma
passagem (Patai81:455f) ela é acusada de ser a serpente que levou Eva a
comer o fruto proibido. No folclore popular hebreu medieval, ela é tida
como a primeira esposa de Adão, que o abandonou, partindo do Jardim do
Éden por causa de uma disputa sobre igualdade dos sexos, chegando depois
a ser descrita como um demônio.
De acordo com certas interpretações
da criação humana em Gênesis, no Antigo Testamento, reconhecendo que
havia sido criada por Deus com a mesma matéria prima, Lilith rebelou-se,
recusando-se a ficar sempre em baixo durante as suas relações sexuais.
Na modernidade, isso levou a popularização da noção de que Lilith foi a
primeira mulher a rebelar-se contra o sistema patriarcal.
Assim
dizia Lilith: ‘‘Por que devo deitar-me embaixo de ti? Por que devo
abrir-me sob teu corpo? Por que ser dominada por ti? Contudo, eu também
fui feita de pó e por isso sou tua igual.’’ Quando reclamou de sua
condição a Deus, ele retrucou que essa era a ordem natural, o domínio do
homem sobre a mulher, dessa forma abandonou o Éden.
Três anjos foram
enviados em seu encalço, porém ela se recusou a voltar. Juntou-se aos
anjos caídos onde se casou com Samael que tentou Eva ao passo que Lilith
Tentou a Adão os fazendo cometer adultério. Desde então o homem foi
expulso do paraíso e Lilith tentaria destruir a humanidade, filhos do
adultério de Adão com Eva, pois mesmo abandonando seu marido ela não
aceitava sua segunda mulher. Ela então perseguiria os homens,
principalmente os adúlteros, crianças e recém casados para se vingar.
Após
os hebreus terem deixado a Babilônia Lilith perdeu aos poucos sua
representatividade e foi eliminada do velho testamento. Eva é criada no
sexto dia, e depois da solidão de Adão ela é criada novamente, sendo a
primeira criação referente na verdade a Lilith no Gênesis.
No
período medieval ela era ainda muito citada entre as superstições de
camponeses, como deixar um amuleto com o nome dos 3 anjos que a
perseguiram para fora do Éden, Sanvi, Sansavi e Samangelaf para que ela
não o matasse, assim como acordar o marido que sorrisse durante o sono,
pois ele estaria sendo seduzido por Lilith.
Samael
Não
sei bem se Samael é um anjo caído que virou demônio ou ainda é um anjo
normal. Pois ele se casou com Lillith. Mas, na dúvida aí vai um pouco
sobre o “Veneno de Deus”:
Segundo a etimologia, Samael significa Veneno (sam) de Deus (El). Também é chamado de acusador, sedutor, deus-cego e destruidor.
Na
Cabala é um dos 7 Anjos que estão diante do Trono de Deus (como
mencionados no Apocalipse de São João) são representações dos Poderes
Divinos. Tais poderes cósmicos podem ser polarizados tanto positiva
quanto negativamente dentro do ser humano. A Polaridade negativa da
energia cósmica de Samael é simbolizada por um anjo caído, cuja consorte
é Lilith.
Nas tradições judaicas é identificado como o Anjo da
Morte, o chefe do quinto céu e um dos sete regentes do mundo material
servido por milhões de anjos.
Conta-se que Samael tomou Lilith como
sua esposa depois que esta foi repudiada por Adão. Segundo o Rabi
Eliezer, ele foi o encarregado de tentar Eva. Após seduzí-la e copular
com ela, engendrou Caim.
Também é considerado o anjo que lutou com
Jacó e o anjo que sustentou o braço de Abraão no momento do sacrifício
de Isaque. Segundo a cabala é descrito como a "ira de Deus" e é
considerado o quinto arcanjo do mundo de Briah. Foi o anjo guardião de
Esaú e patrono do Império Romano.
Samael está também relacionado a
todos os anjos da prostituição e da fornicação tais como: Eisheth
Zenunium, Naamah y Agrat bat Mahlat, etc.
Samael corresponde a
Sefirot Hod, significando "o mentiroso". Os demônios associados a ele
são descritos como monstros amarelos com corpo de cachorro e cabeça de
demônio. Hod também está associado ao racionalismo, ao intelectualismo e
ao oculto. Assim sendo, Samael se converte no mentiroso, aquele que se
utilizando de palavras inteligentes e racionais nega a existência de
Deus e de qualquer ser acima do EU.
Nas tradições cristãs de
origem gnóstica (Evangelho Apócrifo de João) encontrado na Biblioteca de
Nag Hamadi, Samael é o terceiro nome do demônio Demiurgo cujos outros
nomes são: Yaldabaoth e Saclas. É neste contexto que o seu nome
significa "deus-cego". É retratado por uma serpente com rosto de leão e é
filho do Eon Sophia contra a qual se rebela. No livro intitulado "As
Origens do Mundo" que faz parte da mesma biblioteca, Samael também é
chamado de Ariael.
Segundo as tradições cristãs canonicas, Samael era
Lúcifer, o Querubim cobridor (Lucifer = Anjo de Luz), o anjo que estava
mais próximo de Deus. Ao querer usurpar o trono de Deus fazendo-se
igual a ELE, reuniu um terço das milicias celestes e travou uma batalha
com as hostes angélicas fiéis, sendo precipitado pelo arcanjo Miguel
(cujo nome no original é Mikha'El e significa "Quem é como Deus" [uma
afirmação e não uma pergunta]) no Hades (Inferno). Enquanto caia no
Tártaro, Miguel e os anjos fiéis bradaram: Samael! Samael! Samael!
aludindo-o a queda daquele que desejava ser como Deus mas havia se
transformado em Satanás. Todavia nem uma referencia Biblica justificaria
essa afirmação de que Satanás fora lançado no Inferno. Muito pelo
contrário, no livro de Jó encontra-se a afirmativa de que satanás estava
a rodear a terra.(A.F.D 2010)
Referências Bíblicas
"Como
caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado
por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu
subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no
monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte;subirei
acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo." (Isaías
14:12à14)
"Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram
contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos;todavia, não
prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles.E foi expulso o
grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o
sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os
seus anjos." (Apocalipse 12:7à9)
Nefilins
Na
Bíblia esta palavra refere-se aos heróis da antigüidade, que eram
homens perversos que viveram na mesma época do relacionamento entre os
"Filhos de Deus" e as "filhas dos Homens". É por isso que foram por
muitas vezes considerados como sendo o resultado dessas relações, mas as
Escrituras apenas dizem que eles habitavam a terra na mesma época. A
maior testemunha disso é Flávio Josefo, que faz uma distinção entre os
gigantes e o fruto das relações entre os "Filhos de Deus" e as "filhas
dos homens", quando afirma em sua obra: "... e os grandes da terra, que
se haviam casado com as filhas dos descendentes de Caim, produziram uma
raça indolente que, pela confiança que depositavam na própria força, se
vangloriava de calcar aos pés a justiça e imitava os gigantes de que
falam os gregos." (Antiguidades Judaicas). Aparece pela primeira vez em
Gênesis 6 traduzido como Gigantes, na maioria das versões bíblicas.
Os
Nefilins são chamados filhos dos "filhos de Deus [ou "anjos", na LXX]".
Na tradução Almeida (ALA),"filhos de Deus" se refere aos descendentes
de Sete, como podemos ver em Deuteronômio 14,1 e Oséias 1,10. Nessa
mesma tradução o hebraico nefilím é vertido por "gigantes". Os Nefilins
são descritos como "os poderosos [em hebr. hag gibborím] da Antiguidade"
e os "homens de fama [ou "heróis", MC]". Segundo o relato de Gênesis
6,2, os filhos de Deus [ou descendentes de Sete] tiveram filhos com as
filhas dos homens [ou descendentes de Caim]. Esse acontecimento era
completamente contrário ao Propósito Divino.
Diz a narrativa que Deus
teria decretado um dilúvio, após a ocorrência do mesmo toda aquela
sociedade humana seria destruída e o homem passaria a viver, no máximo,
um período de 120 anos. Naquele momento, Deus se "arrependeu de ter
criado a humanidade", somente Noé e sua família, tinha aprovação de
Deus. (6:3,5-11) O relato termina com dilúvio bíblico a eliminar toda
aquela sociedade humana juntamente com os Nefilins, os filhos dos filhos
de Deus. Por fim, recomeça uma nova humanidade e Deus renova o Seu
Propósito para com a humanidade. (1:28-30; 9:1-17) Segundo a tradição
judaico-cristã, os genitores dos Nefilins terão desmaterializado-se,
tornando-se novamente seres espirituais. São identificados ao longo da
Bíblia "anjos decaídos", "espíritos impuros" ou "demônios", os quais
diferem dos nephilins por referirem-se aos chamados vigilantes, uma
espécie inferior de 'anjos' (segundo o Livro de Enoch), sendo tais os
anjos que copularam com as filhas dos homens e engendraram esta raça
híbrida.
Similariedades com os sumérios
Alguns
estudiosos sustentam a teoria da associação dos Anunnaki a estes
bíblicos Nephilin, enquanto que outros, como Zecharia Sitchin vão mais
além, ligando-os a todos os mitos pagãos da Antiguidade.
De acordo
com Sitchin, os Nefilim (gênesis 6, salmo 82) supostamente seriam os
habitantes de Nibiru/Marduk, hipotético 9º planeta do sistema solar. Os
sumérios tinham grandes conhecimentos de astronomia para sua época.
Conceito cristão bíblico-judaico
Os
téologos e estudiosos da Bíblia até hoje divergem sobre a natureza dos
Nephilim e dos "Filhos de Deus", mencionados em Gn 6. Há duas possíveis
interpretações:
G. H. Pember argumenta em favor da teoria
que diz que os "Filhos de Deus" de Gn 6 são na verdade anjos que vieram a
Terra para terem intercurso com mulheres, tiveram filhos, sendo por
isso punidos e lançados no inferno, segundo a Segunda Epístola de Pedro
2:4 (é interessante notar que no original a palavra não é "inferno", e
sim "tártaro" o que pode implicar um lugar diferente), e seus filhos se
tornaram pessoas híbridas, metade humano, metade angélico (ver As Eras
Mais Primitivas da Terra). Essa teoria é defendida por teólogos como
John Fleming, S. R. Maitland, Caio Fábio (idéia advogada no seu livro de
ficção Nephilim), Charles Ryrie, em sua Bíblia de estudo e pela maioria
dos primeiros cristãos. Esteve em voga na Idade Média É também o ponto
de vista de Fílon de Alexandria e dos apócrifos de Enoque e do
Testamento dos Doze Patriarcas.
Teoria de que não eram anjos, mas
sim descendentes de Sete, que ainda seguiam a Deus. As "filhas dos
homens" eram filhas de Caim, afastadas de Deus, e seus filhos foram
heróis posteriormente, mas a Bíblia considera-os caídos, porque se
afastaram de Deus. Argumenta-se que os anjos não podem procriar e que
"filhos de Deus" referia-se aos seguidores de Deus. Essa teoria foi
propagada por Agostinho, C. I. Scofield, Gordon Lindsay, entre outros,
sendo a mais aceita. (ver uma defesa desta teoria).
Há outras
teorias mais estranhas como a de pano de fundo evolucionista que diz que
os "filhos de Deus" eram descendentes de Adão e as "filhas dos homens"
de uma raça inferior, como, por exemplo, a Neandertal.