Para esta antiga civilização, as árvores eram o símbolo primordial da vida. Reza uma antiga lenda celta que o primeiro homem fora criado de um amieiro e a primeira mulher de uma sorveira.
Mas as árvores também eram um símbolo de morte e renascimento. Muitas transmitiam este poder quando, nos meses do Outono e do Inverno, perdiam suas folhas. A capacidade de brotar, florir e frutificar novamente, era visto com admiração e sacracidade.
Em certas regiões, caixões de madeiras eram feitos de troncos ocos pois acreditavam que o espírito daquela árvore podia guiar o morto ao outro mundo.
Os espíritos das árvores eram tão reverenciados, que de acordo com as lendas, plantando um broto, semente, ou estaca, no mesmo local onde a árvore mãe havia secado, ali permaneceria o espírito guardião da árvore.
É sabido que os celtas não tinham templos como outros povos europeus da época e eram nos bosques que os ritos e cerimônias se realizavam. Para eles, ali, em contato direto com a natureza e os espíritos das árvores e das florestas, é que podiam entrar em contato com o divino universal.
No mito celta, os bosques eram a morada de seres encantados, fadas e outros elementais, por isso, deviam ser respeitados e temidos. Alguns locais, porém, deveriam ser evitados, pois eram lares de energias obscuras onde somente alguns druidas, bardos e anciãos podiam entrar. Normalmente, eram lugares onde cresciam espinheiros, e os elementais do local podiam enfurecer-se voltando-se contra os intrusos.
Haviam também, nos bosques, os poços sagrados e, geralmente, quando necessitavam da água, os antigos pagãos amarravam uma oferenda na árvore mais próxima ao poço, assim estariam reverenciando o espírito guardião e os seres que ali estavam. Segundo estudiosos, a palavra celta para bosque sagrado era "Nemeton", e os bosques de carvalhos eram, geralmente, os escolhidos para as reuniões e assembleias druidicas. A própria palavra druida sugere que o nome seja derivante de drus (carvalho) e seu significado seja "aquele que tem o conhecimento do carvalho". Os bosques de carvalho seriam, portanto, os locais mais indicados na busca pela sabedoria.
Gerald Gardner, em seu livro "O Significado da Bruxaria", afirma que a forma da catedral cristã (iniciando-se na idade média) foi inspirada nos antigos bosques sagrados. Os arcos e abóbadas baseiam-se nas formas arredondadas das copas das árvores. A janela ao leste, normalmente arredondada, simboliza o sol nascente. Já os vitrais reproduzem os vãos entre as árvores por onde entra a luz em meio às folhas.
Segundo Gardner, foi o desejo de levar para dentro das igrejas a antiga morada dos deuses que fez com que as catedrais adquirissem tal forma.
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